Venceu o 11º Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica) o documentário Corumbiara, de Vicent Carelli. O prêmio foi entregue neste sábado, 20, na Cidade de Goiás. O filme realça o massacre de um grupo de índios isolados na Gleba Corumbiara, em Rondônia, na década de 1980.
O massacre foi denunciado pelo indigenista Marcelo Santos. Foi por meio de Santos que Carelli soube do fato e decidiu transformá-lo em filme, quando coordenava o projeto Vídeos das Aldeias.
O cineasta filmou as evidências do crime, mas foi desacredito, e a história caiu no esquecimento. Em 1995, ele voltou à região e encontrou a aldeia abandonada e os índios isolados. Tudo registrado no documentário.
"Só o cinema poderia resgatar uma história como essa, um crime de genocídio que o país simplesmente ignorou. É uma história emblemática, uma face oculta da história do Brasil", desabafou Carelli ao receber o troféu Cora Coralina, mais uma premiação de R$ 50 mil.
"Uma mudança no mar” filme norte-americano, de Barbara Ettinger, venceu na categoria melhor longa-metragem. As imagens foram captadas em mares do mundo inteiro. O documentário mostra o fenômeno da acidificação dos oceanos, provocada pelo aquecimento global.
O curta-metragem Mar de dentro, de Paschoal Samora, emocionou a plateia e os jurados com histórias de pescadores e levou o prêmio de R$ 25 mil da categoria.
O documentário Kalunga, de Luiz Elias e Pedro Nabuco, que levou às telas a história do maior território quilombola do país, no norte de Goiás, ganhou o troféu do júri popular.
Veja a lista completa de vencedores do 11° Fica
Maior destaque do festival: Corumbiara, de Vincent Carelli, 2009;
Melhor longa metragem: Uma mudança no mar, de Barbara Ettinger, Estados Unidos, 2009;
Melhor curta metragem: Mar de dentro, de Paschoal Samora, Brasil, 2008;
Melhor média metragem: Arrakis, de Andrea di Nardo, Itália, 2008;
Melhor série televisiva: Por trás do mundo, de Jakob Gottschau, Dinamarca , 2008;
Prêmio especial do júri Kalunga, de Luiz Elias e Pedro Nabuco, Brasil, 2009
Troféu Imprensa: A árvore da música, de Otávio Juliano, Brasil, 2009;
Melhor produção goiana: Ressignificar, de Sara Vitória, Brasil, 2009 e A última mordida, de Ângelo Lima, Brasil, 2009;
Menções honrosas: Sem grandes problemas, de Yacine Sersar, França, 2008; Bode rei, cabra rainha, de Helena Tassara, Brasil, 2008; Morrendo em abundância, de Yorgos Avgeropoulos, Grécia, 2008.
Fonte: AE
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