“As sociedades afetadas pelas mudanças climáticas poderão ficar presas em um movimento sem volta de degradação ecológica, rumo ao fundo no qual as redes sociais entrarão em colapso, com tensões e aumento da violência. Nesse cenário, grandes populações se verão forçadas a migrar como única alternativa de sobrevivência imediata”, disse Charles Ehrhart, outro autor do estudo sobre mudanças climáticas.
Segundo o cientista, os migrantes se deslocarão fundamentalmente dentro do próprio país ou para países vizinhos. Conflitos parecem ser uma consequência inevitável nos próximos anos.
A atual estimativa, diz Sherbinin, é que a população mundial passe dos atuais 6,8 bilhões de habitantes para 9 bilhões em 2050. “Os países estão ficando sem locais para alocar pessoas produtivamente”, diz.
Os autores do estudo defendem a fundamental pressão que deve haver na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em Copenhague, na Dinamarca, entre os dias 7 e 18 de dezembro, para que os países diminuam a emissão de gases que estimulam o efeito estufa.
Mesmo que um acordo seja conseguido para diminuir as emissões de gases poluentes na atmosfera, diz o relatório, isso não ocorrerá a tempo de evitar todas as migrações.
Os cientistas recomendam que os países priorizem as populações mais vulneráveis e invistam em medidas preventivas: desenvolvimento de tecnologias de irrigação que usem menos água, diversificação econômica e sistemas nacionais de gerenciamento de desastres naturais.
“Novas maneiras de pensar e abordagens práticas são necessárias de modo a enfrentar as ameaças que a migração relacionada ao clima apresentam à segurança e ao bem-estar da humanidade”, disse Koko Warner, chefe do Instituto para Segurança Humana e Ambiental da Universidade das Nações Unidas e principal autora do relatório.
Fúlvio Costa, com informações do relatório da ONU
O relatório In search of shelter pode ser baixado em www.ciesin.columbia.edu/documents/clim-migr-report-june09_final.pdf
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