“Até 2050, produção de alimentos cairá em 25% no mundo”, diz relatório da ONU


Mudanças Climáticas, escassez de água, pragas e degradação do solo. Estes são os principais fatores que provocarão a redução de 25% da produção mundial de alimentos prevista para 2050. Os dados são da Organização das Nações Unidas divulgados no último em fevereiro.

Os dados revelam ainda que a redução vai atingir o planeta quando sua população estiver em 2 bilhões de pessoas a mais. A pesquisa é do Programa das Nações Unidas para o Merio Ambiente (Pnuma), segundo o qual a produção de pescado está diminuindo e a produção de cereais permanece estagnada.

O caminho que o planeta está trilhando parece começar a ficar irreversível. Ano passado, as elevações de preços nos alimentos lançou 110 milhões de pessoas na pobreza. Em um novo relatório, o Pnuma diz que a tendência de 100 anos de queda nos custos dos alimentos pode estar chegando ao fim.

“Precisamos lidar não apenas com a forma com que o mundo produz alimentos, mas com a forma como eles são distribuídos, vendidos e consumidos, e precisamos de uma revolução que aumente a produção agindo em conjunto e não contra a natureza”, disse o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner.

Em entrevista coletiva durante a reunião ambiental da ONU que ocorre no Quênia, Steiner disse que mais da metade da comida produzida mundialmente hoje foi perdida, desperdiçada ou jogada fora em razão da ineficiência: "Há evidência no relatório de que o mundo poderia alimentar todo o crescimento projetado da população apenas se tornando mais eficiente, mas também garantindo a sobrevivência de animais, pássaros e peixes deste planeta", sublinhou o diretor.

Já o relatório Rapid Response Assessment [avaliação para resposta rápida, na tradução livre], lançado terça-feira pelo Pnuma, diz que os preços mundiais de alimentos devem subir entre 30 e 50 por cento ao longo das próximas décadas - enquanto a população global deverá aumentar para mais de 9 bilhões dos quase 7 bilhões atuais.

Propostas do Documento
Estabelecer regulamentações nos preços das commodities seria uma das alternativas para a amenização das altas nos alimentos, bem como organizar estoques de cereais maiores como proteção à volatiildade nos preços. O documento pede também a realização de “redes de segurança” para as pessoa que estão sob maior risco de fome.
Atualmente, mais de um terço dos cereais produzidos no mundo são usados para alimentação animal. Essa proporção, de acordo com o Pnuma, deve subir para 50% até 2050. Uma das propostas é utilizar restos de comida reciclados como alternativa ambiental.

"Temos um problema muito sério em nosso planeta", frisou ainda Steiner. "É improvável que apenas alavancar os métodos de produção com fertilizantes e pesticidas do século XX vá resolver o desafio", ressalva. “São necessárias soluções inovadoras, como as do Níger, onde especialistas do Pnud estão estudando como preservar cerca de 60% da produção de cebola que apodrece antes de ser comercializada”, completa o diretor-executivo.


Fúlvio Costa, com informações do Pnuma

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