O desmatamento da região amazônica tem um impacto direto na emissão de gás carbônico no continente. Nessa reportagem sobre a Amazônia, vamos mostrar como a destruição da maior floresta do mundo pode influenciar no aquecimento global.
Os diversos climas do planeta estão interligados. A cobertura vegetal da Amazônia, por exemplo, interage com sistemas atmosféricos da América do Sul, que por sua vez, interage com sistemas atmosféricos globais, mas todos estes processos podem ser alterados com o desmatamento da floresta e a consequente emissão de gás carbônico, que seria um dos responsáveis pelo aumento do efeito estufa no planeta.
“Agravando o efeito estufa, aumenta a temperatura, se aumenta a temperatura, diminui a quantidade de chuvas, e gerando secas, destrói a cobertura vegetal, se destruir a cobertura vegetal, volta a emitir carbono e emitindo carbono aumenta a temperatura. Então, isso é um ciclo que se iniciarmos com o desmatamento é provável que possa alterar esse sistema da América do Sul, que por sua vez vai interferir no sistema global”, disse a professora de Climatologia da Universidade de Brasília (UnB) Ercília Torres.
Especialistas em Meio Ambiente ressaltam que a redução de emissões de por desmatamento definirá o documento que substituirá o Protocolo de Kioto. Segundo o autor do Protocolo de Kioto 2, Michael Jay, “Parar com o desmatamento é uma parte muito importante”, para ele, o gerenciamento florestal é também de suma importância na solução e um dos pontos de consenso no Encontro de Bali.
O Relatório do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas fala sobre o que pode ser feito nas florestas para reduzir o aquecimento global. O documento do IPCC aponta que 65% do potencial de mitigação do aquecimento está localizado nos trópicos, e metade deste potencial viria do combate ao desmatamento ilegal.
“Há um grande consenso, uma grande concordância, quanto à evidência de que a atividade no setor florestal pode trazer contribuições muito importantes do ponto de vista da adaptação e da mitigação sobre dos impactos sobre as mudanças no clima”, disse a senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
O papel da floresta amazônica no clima global ainda está sendo investigado. Os pesquisadores divergem sobre o grau de influência das ações humanas na mudança climática. De qualquer forma, é consenso entre os cientistas de que a destruição das florestas sempre traz prejuízos. “Esse desmatamento vai trazer conseqüências para o clima local ou regional. Independente se ele vai aquecer o planeta ou não, a gente tem de tentar preservar a nossa biodiversidade e as nossas áreas verdes”. Resumiu a professora de climatologia da Universidade de Brasília (UnB) Juliana Ramalho.
A Amazônia brasileira representa 60% da floresta compartilhada com oito países sul-americanos e pela Guiana Francesa. No Brasil, o Estado conduz as ações de combate ao desmatamento, que vão da fiscalização ao endurecimento de punições aos responsáveis. “Na verdade essas ações que estão sendo desenvolvidas hoje, tem não só o objetivo de escoltar aquela região, mas de fazer parar e notificar os infratores, garantir a presença do Estado, no sentido de que o Estado vai cobrar essas multas”, completou o Procurador–geral federal do Brasil, João Ernesto Aragones.
Fúlvio Costa, com informações da TV Brasil
17 de fevereiro de 2009 às 10:47
É de importância a preservação da mata Amazônica, pois ela é vida para a manutenção da vida na Terra.