De acordo com informações do Instituto Nacional de Recursos Naturais (Inrena) peruano, a geleira Quilca, localizada a 5.250m de altitude na região Puno, no Peru, derreteu completamente por causa do tão propalado aquecimento global. "O desaparecimento da geleira Quilca foi gradual, e é consequência das mudanças climáticas e do aquecimento que acontecem em todo o mundo", explicou Marco Zapata, diretor da Unidade de Glaciologia do Inrena.
"O aquecimento global repercute de maneira especial nas geleiras do Peru, que estão entre as mais afetadas", sublinha Zapata. A geleira fica localizada no distrito de Palca, da província de Lampa, próxima à fronteira com a Bolívia.
O Inrena divulgou fotos que mostram quando a neve cobria a montanha, e agora sem neve e apenas uma camada de terra cobrindo a colina. Desde 2005, esta é a segunda montanha que derrete no Peru. A previsão é que 150 picos nevados do país correm o risco de perder suas geleiras. Há 19 cordilheiras nevadas espalhadas pelo território peruano e no sudeste andino.
"Já não cai nada de neve. O aquecimento global foi incrementando o retrocesso de neve até perdê-la, esta se derreteu completamente", disse o funcionário Omar Velásquez, à agência Andina. Explicou ainda que foi realizado um monitoramento da situação com a tomada de fotografias. "Embora não haja uma medição precisa, as imagens são contundentes", enfatizou. O retrocesso da capa de neve se agudizou nos últimos dois anos, verificando-se sua completa desaparição no final de 2008.
Velásquez mencionou também que o panorama atual em Quilca pode trazer problemas referentes à falta de água para as populações localizadas nos arredores da extinta geleira. A maior parte da água consumida pelas populações dos Andes tem origem no degelo lento destas geleiras, que formam os rios de onde é retidada a água para o abastecimento.
Em maio passado, a Unidade de Glaciologia do Instituto Nacional de Recursos Naturais reportou que a geleira Broggi, pertencente à Cordilheira Blanca em Áncash, desapareceu pelo aquecimento global e o câmbio climático. Se tratava de uma geleira localizada a oeste da cidade de Yungay, na cabeceira da quebrada da lagoa de Llanganuco, que tinha uma dimensão superior à geleira Pastoruri, que também vem sendo afetada.
Fúlvio Costa, com informações da Agência Andina
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